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Versões |
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As Versões do Ju87 Stuka |
Apesar de ser considerado obsoleto em 1940 quando se
tornou um alvo fácil para os caças da RAF na Batalha da
Inglaterra (operando sem escolta) o Ju87 continuou
operando na linha de frente em todos os teatros
praticamente durante toda a guerra, sendo atualizado
constantemente. Isso exigiu um enorme esforço humano e
material para manter um avião em constante
desenvolvimento e operação conforme a o desenrolar dos
acontecimentos no do campo de batalha mudavam da
ofensiva para a defensiva. Muitas restrições foram
impostas ao desenvolvimento e na vida operacional do
Ju87, entre elas a queda na qualidade da mão de obra e
matéria prima bem como a escassez de recursos,
principalmente pilotos, conforme a Alemanha partia da
ofensiva para a defensiva. Esses fatores com certeza
mutilaram muito a real capacidade deste intrigante avião
de combate, que de uma certa forma podemos dizer que, o
Ju87 foi o avô de uma geração de aviões criados, assim
como ele, para o ataque de alvos estratégicos com
precisão. Aviões como o A-10 norte americano e o Su-25
Russo são apenas dois exemplos, máquinas especialistas
nessa função.
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A série A do Ju 87 foi composta por apenas
262 aparelhos ao todo produzidos até a metade de 1938. 192
deles saíram da fábrica da Junkers em Dessau e os 70
restantes da fábrica da Weserfug em Bremen. Foi com essa
série que os primeiros esquadrões e escolas de bombardeio
de mergulho foram criados. Era impulsionado pelo motor
Junkers Jumo 210A de 602 hp, um V12 invertido refrigerado
à água, mais tarde substituído pelo Jumo 210 Da com 661 hp
na versão Ju87 A2.
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Especificações
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Tripulação
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2
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Comprimento
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10,8m
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Altura
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3,9m
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Envergadura
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13,8m
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Area alar
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31,9m²
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Peso vazio
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2.300kg
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Peso carregado
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3.400kg
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Motor
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Jumo 210 Series 12 Cilindros
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Velocidade máxima
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320km/h
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Alcance
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1.000km
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Teto de serviço
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8.100m
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Essa versão era basicamente a mesma Ju87 V4
e Ju87 V5 com algumas adaptações. Tinha apenas uma
metralhadora MG 17 em uma das asas. O profundor e o leme
podiam ser ajustados pelo piloto durante o voo. O radiador
localizado na parte superior do nariz ficou mais achatado
para melhorar a visão frontal do piloto o que implicou no
reposicionamento do motor 25 cm mais baixo da posição
anterior. Foi modicada a abertura de acesso ao cockpit
tornando-o mais longo para melhorar o campo de tiro do
artilheiro e aberto uma janela retangular no assoalho para
ajudar na obtenção do alvo antes do mergulho. Foi equipado
com rádio e freios de mergulho redesenhados. O RLM
encomendou 7 aparelhos inicialmente e mais tarde aumentou
para 11. No início de 1937 os A0s foram testados
exaustivamente com várias cargas de bombas. Verificou-se
que a falta de potência do motor limitava muito as
performances do avião, como afirmava o RLM, e alguns foram
equipados com o motor Jumo 210D de 661 hp originando a
versão A1. Os A0s terminam seus dias em unidades de
treinamento com o último sendo perdido em uma colisão em
1943.
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Foram construídos apenas 11 aparelhos Ju87
A0, entre agosto de 1937 e fevereiro de 1938.
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A adoção do motor Jumo 210 D como padrão de
motorização, originou o A1. Basicamente eram iguais aos
A0. Contudo significantes melhorias foram feitas além da
adoção do motor. Foi instalada uma metralhadora MG 15 para
o artilheiro e também o Sistema Askania de recuperação de
mergulho. A carga de bomba era de 250 kg em uma única
bomba, fixa no ventre do avião por um sistema que evitava
o contato dela com a hélice ao ser lançada num mergulho
acentuado. A carga poderia ser aumentada para uma bomba de
500kg, contudo nesta configuração era necessário retirar o
radio, a metralhadora MG 15 e o artilheiro, voando como um
monoposto.
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O Ju87 A1 visto acima, matrícula civil
D-IEAU, foi o 12° A1 a ser montado (WNr 0012) e equipou o
I./StG 162 em 1937.
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A versão A2 recebeu pequenas melhorias,
dentre as principais um rádio telegrafo FT, um equipamento
de intercomunicação EiV e uma hélice de passo variável.
Com eles foram formados os quatro primeiros grupos de
Stukas (Stukagruppen). O I./St.G 162, II./St.G 162,
I./St.G 165 e o III./St.G 165. Com a sua substituição pela
Série Berta nesses esquadrões, os Antons foram
transferidos para escolas de Stuka. Dois, designados Stuka
Ju87 K1, foram exportados para o Japão e montados pela
Mitsubishi para avaliação em 1938.
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Dos dois Ju87 A2 Stuka recebidos pelo
Exército Imperial Japonês, um terminou seus dias em um
museu em Tóquio, até ser destruído pelos bombardeiros
americanos no fim da guerra.
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Avaliado em combate real na Guerra Civil
Espanhola, as deficiências dos Antons em operação
mostraram-se latentes. O artilheiro estava mal posicionado
e tinha limitações para prover poder de fogo eficiente,
principalmente metralhar o solo. Mesmo manejando uma
câmera no lugar da MG15, em operações de reconhecimento, o
artilheiro tinha limitações por causa das armações do
canopy traseiro. Seu raio de ação era considerado
ineficiente. A janela do piso no cockpit rapidamente
ficava suja de poeira e óleo e perdia seu propósito. Seu
único ponto forte era a robustez, operava sem problemas
nas rudimentares pistas de terra da Espanha. Para suprir
essas deficiências, surgiu a versão B do Stuka, sendo a
primeira a ser produzida em massa. O requerimento básico
para a nova versão era um motor capaz de levar dois
tripulantes, equipamento de rádio e armamento defensivo
adequado, uma carga de 500kg em uma única bomba fixa no
ventre ou 450 kg em uma bomba de 250 kg fixa no ventre e
mais quatro de 50 kg fixas nas asas. Para atender esse
requerimento, novas versões experimentais surgiram para
testar e avaliar as modificações necessárias. O Ju87 V6
era um A1 modificado para testar o novo motor Junkers Jumo
211A1, um V12 invertido refrigerado à água. Seguiram-se a
ele o Ju87 V7, Ju87 V8 e Ju87 V9 com a mesma motorização.
Mudanças na estrutura básicas herdadas do A1 sofreram
várias melhorias. O nariz mudou radicalmente para acomodar
a nova posição do radiador. As carenagens do trem de pouso
foram substituídas por outra mais aerodinâmica e os braços
foram removidos, mantendo a durabilidade e resistência, já
que continuavam mais curtos. O cockpit foi melhorado e um
novo canopy foi necessário para acomodar eficientemente
uma MG 15 com a deriva da calda sendo aumentada.
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Especificações
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Tripulação |
2 |
Comprimento |
11m |
Altura |
3,9m |
Envergadura |
13,8m |
Area alar |
31,9m² |
Peso vazio |
2.750kg |
Peso carregado |
4.250kg |
Motor |
Jumo 211 Series 12 Cilindros |
Velocidade máxima |
380km/h |
Alcance |
500-600km |
Teto de serviço |
8.000m |
O Ju87 B0 vou pela primeira vez no início de
1938. Foram construídos apenas seis exemplares a partir da
fuselagem da versão Anton. Dois deles foram usados no
desenvolvimento da Série C (Caeser), uma versão naval
embarcada. O Ju87 V19 era um B0 usado em ensaios para
operações embarcadas.
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O Ju87 B0 visto acima com a matrícula civil
D-IELX foi um dos 10 Bertas de pré-produção. A série Berta
mudou substancialmente em relação a Série Anton, com
melhorias na aerodinâmica e aviônicos.
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Dois A1s foram convertidos para se tornarem
a versão Ju87 B1. Foi a primeira versão de produção da
versão Berta. Era impulsionado pelo motor Jumo 211D de
1.184 hp e equipado com duas metralhadoras MG 17, uma em
cada asa. Em função do tamanho do novo motor a fuselagem e
o trem de pouso foram redesenhados para compensar o
aumento de peso. Assim como os primeiros Ju87s Antons, o
B1 foi enviado a Espanha para avaliação em combate e com
ótimo resultado obtido naquele teatro a produção foi
aumentada para 60 aparelhos por mês totalizando 336
aparelhos B1 operacionais quando eclodiu a Segunda Guerra.
O B1 também foi o primeiro a ser equipado com as
controvertidas “Trombetas de Jericó”. Elas eram sirenes
localizadas em uma das pernas do trem de pouso e eram
acionadas por uma hélice de 70 cm enquanto o avião
mergulhava para o ataque. O resultado era um ruído
estridente que precedia a morte e a destruição. Tinha um
efeito psicológico muito forte. Alguns B1s foram
convertidos na variante Ju87 R1 de longo alcance. Foram
produzidos 697 Ju87 B1, 311 pela Junkers em Dessau e 386
pela Weserflug em Bremen.
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A primeira versão do Ju87 produzida em
massa, o B1 tem a silhueta mais conhecida do Stuka.
Durante o mergulho se assemelha a uma ave de rapina em
direção ao alvo. Essa impressionante aparência era
explorada pela máquina de propaganda do governo alemão
para passar a imagem de invencibilidade do Terceiro Reich.
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As versões Ju87 V15 e Ju87 V16 deram
origem ao Ju87 B2. Utilizavam uma versão do motor
Junkers Jumo D, de 1.217 hp e uma nova hélice mais
eficiente. A velocidade máxima subiu para 373 km/h e
poderia carregar uma carga de bombas de 1000 kg em uma
única bomba, o que exigiu um reforço no trem de pouso.
Foi implantado um sistema hidráulico para acionamento
dos flaps do radiador, mudança que foi incorporada em
todas a versões subsequentes. Foram produzidas algumas
variantes a partir do Ju87 B2. Havia uma versão equipada
com skis para operações na neve e de uma versão para
operação nos trópicos, chamada Ju87 B2/U1 (Ju87 B2
Trop). Esta versão era basicamente a versão B2 com
equipamento de emergência para o clima tropical e
filtros de poeira na entrada de ar do motor. Foram
produzidos 225 Ju87 B2, 56 pela Junkers em Dessau e 169
pela Weserflug em Bremen. A produção do B2 se encerrou
em outubro de 1940 e foi operado também pelas nações
amigas do Eixo: Itália, Romênia, Hungria e Bulgária. .
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O Ju87 B2 T6+Jk do II./StG2 voltando de uma
missão na Russia com um buraco enorme feito pela Flak
abaixo do canopy traseiro. O artilheiro provavelmente
morreu, pois não é visto na sua posição usual.
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Em 1938 foi lançado ao mar em Kiel o Graf
Zeppelin, um dos dois porta aviões planejados pela
Kriegsmarine. Entre a força aérea embarcada, com 16
esquadrões, estavam inclusos 30 Ju87s adaptados para
operação marítima. O Graf Zeppelin, contudo, nunca se
tornou operacional, sendo abandonado quando estava quase
pronto e os Ju87 C foram convertidos nas versões que as
originaram.
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Especificações
|
Tripulação |
2 |
Comprimento |
11m |
Altura |
3,9m |
Envergadura |
13,8m |
Area alar |
31,9m² |
Peso vazio |
2.760kg |
Peso carregado |
5.840kg |
Motor |
Jumo 211 Series 12 Cilindros |
Velocidade máxima |
332km/h |
Alcance |
580km |
Teto de serviço |
7.000m |
O Junkers Ju87 C0 era equipado com motor
Junkers Jumo 211 A de 1085 hp. Tinha as asas
dobráveis, para facilitar a estocagem embarcada, um
trem de pouso reforçado e descartável para pousos de
emergência na água, sacos infláveis, equipamentos de
resgate e um gancho de pouso junto a bequilha.
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Este Ju87 C0 era um B1 convertido e assim
com o Me109 T, o Emil “navalizado”, o C0 tinha as asas
dobráveis para facilitar a estocagem a bordo.
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Os primeiros C1s eram na verdade C0s com
pequenas alterações. Foram produzidos apenas 30 dos 120
planejados, em função do cancelamento da construção do
Graff Zeppelin.
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Com a lacuna aberta pelo malogro do Me210, o Ju87
mantinha-se em serviço em todas as frentes, mesmo com
suas reconhecidas deficiências. A Luftwaffe precisava
aumentar desesperadamente o número de esquadrões de
ataque e o caminho mais curto era trabalhar em cima do
design do Ju87 para adequá-lo as necessidades das novas
frentes de batalha enquanto aviões melhores ainda não
estavam disponíveis em grandes quantidades, como o Fw190
que acabou substituindo o Stuka na linha de frente. Esse
trabalho de desenvolvimento já vinha sendo desenvolvido
desde 1940, buscando mais velocidade e raio de ação o
que exigiria, entre outras coisas, de um motor mais
potente. A adoção dessas especificações deu origem a
série D do Ju87. Os desafios para a nova versão eram
muitos. O aumento da carga de bombas e suas
configurações exigiriam adequação do mecanismo de
lançamento, muitos sistemas do avião deveriam ser
simplificados para facilitar sua manutenção em campo,
melhorar o armamento tanto para defesa como o metralhar
concentrações de tropas e no aumento da blindagem do
artilheiro. A tarefa não era nada fácil.
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Especificações
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Tripulação |
2 |
Comprimento |
11,5m |
Altura |
3,9m |
Envergadura |
15m |
Area alar |
33,6m² |
Peso vazio |
3.940kg |
Peso carregado |
6.600kg |
Motor |
Jumo 211 Series 12 Cilindros |
Velocidade máxima |
400km/h |
Alcance |
1.000km |
Teto de serviço |
7.320m |
O design do Ju87 mudou significativamente,
devido a adoção do novo motor. O perfil ficou mais
aerodinâmico, com a mudança de posição do radiador de óleo
em cima do capô para a parte de baixo do motor e pela
adoção de um novo cockpit redesenhado. Este cockpit
recebeu um aumento considerável na armadura,
principalmente para o artilheiro. O campo de visão ficou
muito prejudicado, pois o artilheiro tinha apenas uma
abertura em forma de T invertido para manejar um par de
MG81.
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O novo cockpit blindado do Ju87D1 mostrando
o rebaixo da parte traseiro deixando-o mais aerodinâmico
acomodando uma MG81Z.
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Várias configurações foram usadas nos
primeiros Doras. Na cauda foi incorporado um sistema de
acoplamento para reboque de planadores. Isso se mostrou
muito útil porque os Ju87s podiam levar seu próprio
material de apoio nos planadores puxados por eles durantes
os translado de um campo para outro. Outra adaptação
interessante eram dispositivos cilíndricos montados acima
das asas que podiam receber qualquer material que coubesse
ali dentro, como comida, roupas, munição, peças de
reposição etc. Eram versáteis durante mudanças de bases.
Durante todo o período de desenvolvimento, várias versões
experimentais foram usadas para avaliar as mudanças
necessárias. As versões atuais eram usadas como berço para
as novas. O Ju87 V21 era um Berta adaptado para receber o
novo motor Junkers Jumo 211 J de 1401 hp, mas problemas
sucessivos com este novo motor atrasaram os testes de voo.
Ele também foi equipado com esquis para operarem nas
congeladas estepes russas. Após um acidente no fim de 1941
este aparelho foi convertido para a versão D1 e enviado
para linha de frente.
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O Ju87 V21 matrícula civil D-INRF foi
equipado com esquis para avaliação nesta configuração. É
visto aqui com uma pane no pouso, danificando um dos
esquis e a hélice. Sofria com os problemas do motor
Junkers Jumo 211 J.
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Após várias avaliações para uma alternativa
ao 211 J, entre elas o DB 603, o RLM concluiu que não
havia um motor compatível disponível. O DB 603 estava
voltado para os caças Me109 e o bombardeiro médio Ju88,
considerados muito mais vitais que o Ju87, por isso tinham
preferência sobre este motor. Então por falta de opção o
motor Jumo 211 J e P foram definidos como padrão para o
Ju87. Desenvolviam 1400 hp impulsionando a nova hélice
Heine de três pás com passo variável. Atigia 408 kph e o
alcance foi aumentado em 795 km, atingindo 1522 km nos
modelos de produção. O V22 e o V23 estavam prontos em
dezembro de 1940, mas tiveram que esperar pelos primeiros
voos até março de 1941 quando os 211 J estavam finalmente
disponíveis. O V24 foi convertido para testes em operações
navais e o V25 foi convertido no Ju87 D1/Trop, para teste
em operações no deserto. Assim, em junho de 1941, após
concluir todos os testes com sucesso, iniciou-se a
produção dos cinco primeiros protótipos e 1037 Ju87 Ds
formam encomendados imediatamente.
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O Junkers Ju87D1 manteve o desenho das
versões experimentais bem como o motor Jumo 211J. O
sistema de rádio padrão era o FuG VIIc com
intercomunicador EiV 1a. O trem de pouso foi reforçado
devido a nova capacidade de armamento que podia chegar a
1700 Kg. Devido a um problema com este novo trem de
pouso, muitos Doras foram montados com o trem dos
Bertas, o que diminuiu a carga de bombas.
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O novo perfil concebido para o Ju87 D1 pode
ser visto neste exemplar. O nariz ficou mais suave com a
retirada do radiador de óleo do capô e o cockpit ficou
mais aerodinâmico.
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O D2 surgiu para atender a necessidade de
um Dora tropicalizado para operar no norte de África. A
única diferença em relação ao D1 era a adoção de um
filtro de poeira e a utilização das asas e trem de pouso
do Berta. Contudo aquele teatro de operações oferecia
uma forte barreira antiaérea e era necessário aumentar a
blindagem do cockpit e do motor. Essa mudança aumentou
muito o peso do avião reduzindo seu desempenho e por
esse motivo sua designação foi abandonada. A estrutura
da fuselagem foi reforçada e instalado um sistema de
acoplamento para reboque de planadores.
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Com as mudanças nas operações dos Ju87s,
ele ainda era um bombardeiro de mergulho, mas estava
operando quase sempre em baixa altitude como avião de
ataque aproximado, expondo-se ainda mais não só para
baterias antiaéreas, mas também para armas de pequeno
calibre. Essa necessidade e os conhecimentos adquiridos
nos testes com a blindagem no D2, levaram a adoção de
uma blindagem mais eficiente tanto para o motor, piloto
e artilheiro, gerando a versão Ju87 D3. Para compensar o
aumento no peso uma solução drástica foi adotada, por
alguns de seus utilizadores em campo. As sirenes,
símbolo de seu triunfo no passado recente, foram
removidas bem como as polainas do trem de pouso para
aliviar o peso. A estrutura da fuselagem foi reforçada e
instalado um sistema mais leve de acoplamento para
reboque de planadores. Foram produzidas 1559 unidades da
versão Ju87 D3.
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Uma formação de Ju87D3 voltando de uma
missão no inverno de 1942/43. É possível observar a
ausência das polainas do trem de pouso (para aliviar peso)
e o gancho para reboque de planadores, logo atrás da roda
da bequilha.
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Alguns Ju87 D1 e Ju87 D3 foram adaptados
para levar um torpedo para operações contra embarcações.
Contudo eles nunca entraram em serviços e foram
convertidos em Ju87 D3 novamente. Mantinham o motor Jumo
211J em três configurações: Bombardeiro de mergulho,
Bombardeiro torpedeiro e Bombardeiro de mergulho com
esquis.
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Um dos protótipos para o Ju87D4 armado com
o torpedo de instrução LT F5. O D4 era um torpedeiro
baseado em terra.
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Com o crescente aumento da carga de bombas
das últimas versões, a carga alar ficou num limite muito
perigoso. Quando foi projetado, sua carga de bombas era
de 250 kg na versão A1 passando para 1750 kg nas versões
finais. A solução encontrada foi aumentar a envergadura
do Ju87, passando para 15 metros ao invés dos 13,8 do
Ju87 D3. Ele recebeu também o trem de pouso descartável
do Ju87 C0. Os primeiros Ju87 D5 ainda mantinham os
característicos freios de mergulho, porém com a mudança
radical nas operações do Ju87 não fazia mais sentido
mantê-los e eles foram omitidos nas produções seguintes.
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Uma formação de Ju87 D5 do I./SG1 em
formação cerrada durante o inverno russo no início de
1944. Essa unidade voou o Ju87 D até novembro de 1944
quando os substitui pelos Fw190s.
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Os Ju87 D6 eram baseados na fuselagem do
Ju87 D1 e foram propostos para o desenvolvimento de um
Ju87 de treinamento em uma configuração racionalizada.
Porém em função da escassez de matéria prima, o projeto
foi abandonado.
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Os Ju87 D7 eram Ju87 D5 adaptados para
ataque noturno impulsionados pelo motor Jumo 211P que
desenvolvia 1500 HP na decolagem. Foi instalado um tubo
quebra chamas no escapamento e instrumentos para voo
noturno. A armamento de defesa frontal retornou ao par
de MG 17, uma em cada asa. Os freios de mergulho foram
omitidos e foi instalado trem de pouso alijáveis.
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Considerado a versão convencional final
dos Ju87, a versão Ju87 D8 diferenciava-se da Ju87 D7
somente pela omissão dos tubos quebra chama no
escapamento e dos instrumentos de voo noturno.
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O Ju87 E era uma proposta para um bombardeiro
torpedeiro de longo alcance e avião de reconhecimento
embarcado, a partir de um modelo Ju87 D. Quatro
protótipos foram construídos e realizaram vários testes.
Foram adaptados para carregar um torpedo no ventre e
dois tanques de combustíveis de 500 litros, um em cada
asa. Foram construídos 250 Ju87 E, mas o projeto foi
cancelado com o desfecho do Graff Zeppelin e os
remanescentes foram convertidos para Ju87 D/Trop.
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O Ju87 V25, matrícula BK+EF foi um dos
protótipos para a versão “naval” do Ju87. É visto aqui
armado com um torpedo de instrução LTF5 e dois tanques de
500 litros. Assim como todos os Ju87 E, 0 V25 também foi
convertido para a versão Ju87 D/Trop.
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Assim como o Ju187, o Ju87 F era uma
tentativa de melhorar as performances do avião dando-lhe
mais velocidade, alcance e carga de bombas. Ele tinha a
pretensão de ser o sucessor do próprio Ju87. O ápice dessa
mudança era a adoção do motor Junkers Jumo 213A que
desenvolvia 1775 hp. Tinha asa maior e trem de pouso mais
resistente. Contudo este motor era imensamente esperado
também para o Fw 190 D e para os Ju88s e os atrasos nas
entregas dos primeiros Jumo 213A0 e 213A1 dificultaram
muito a disponibilidade desses motores para o Ju87. Além
do mais, o RLM se convenceu que as performances do Ju87 F
eram pouco melhores das do Ju87 D, que estava em vias de
entrar em produção. Os testes com o Ju87 F foram
postergados várias vezes até ser cancelado em 1943 e os
motores previstos para eles foram transferidos para o Fw
190 F.
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A partir de 1943, o crescente aumento do
tanque pesado soviético T34 nos campos de batalha no Leste
tornou-se um pesadelo para a Wermacht. Uma forma ofensiva
contra eles, inicialmente, eram os Ju87 armados com bombas
SDs com detonadores especiais e ofereceram uma boa razão
de acertos, visto que esta bomba podia destruir um T4 se
atingisse uma distância mínima de 24 metros do tanque.
Porém no início de 1942 a Junkers já estudava uma nova
alternativa antitanque. A grande mudança era armar um Ju87
D com o canhão mais potente possível. A escolha dessa arma
recaiu sobre o canhão de 37 mm BK 18 (Bord Kanone). Este
canhão era na verdade um canhão antiaéreo Flak 18 de 1933
adaptado a bordo. Um par destes canhões foram instalados
em aparelhos Ju87 D3 e testados no início de 1943.
|
|
Especificações
|
Tripulação |
2 |
Comprimento |
11,1m |
Altura |
3,9m |
Envergadura |
15m |
Area alar |
33,6m² |
Peso vazio |
4.400kg |
Peso carregado |
6.600kg |
Motor |
Jumo 211 Series 12 Cilindros |
Velocidade máxima |
344km/h |
Alcance |
1.000km |
Teto de serviço |
7.320m |
O G1 teve os freios de mergulho removidos
(alguns até mesmo as carenagens), foram removidos os
equipamentos de oxigênio, sistemas de disparos de bombas
e tudo mais que não fosse essencial nas missões
antitanque. Era uma tentativa de aliviar o peso, uma vez
que os canhões denigriam muito as parcas performances do
Ju87 devido ao arrasto. De qualquer forma o aumento na
blindagem malogrou esse intuito. Os primeiros Gustavs
eram Dora 3 adaptados e os pilotos que os testaram
ficaram muito animados com a assertividade do “novo”
avião como caça tanques. Eles foram testados em combate
em março de 1943 e obtiveram 116 tanques soviéticos
destruídos.
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O Ju87G1 era um Ju87D3 adaptado e foram
pilotados por ases antitanque como o Oberleutnant
Hans-Ulrich Rudel e o Hauptmann Hans-Karl Stepp.
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A maioria dos Gustavs eram Ju87 G2. O Ju87
D5 mostrou ser uma plataforma mais adequada devido suas
asas maiores e foram construídos e ou convertidos mais de
208 Ju87 G2 a partir deles. Os que receberam a fuselagem
do Ju87 D3 eram armados com duas MG 17 enquanto alguns
oriundos dos Ju87 D5 eram armados com dois canhões MG 151
e equipados com abafadores de chamas para missões no
crepúsculo.
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O tanque T34 estampado na fuselagem deste
Ju87 G2. Era usado em vários Stuka antitanques, por isso é
difícil identificar este avião.
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Em 1943 as necessidades de novos pilotos de Stuka eram
imensas para manter o apetite voraz da máquina de
guerra, principalmente na fronte leste. A falta de um
avião com comando duplo dificultava a transição de
pilotos de outras aeronaves para o Stuka, assim foi
modificado um Ju87 D para receber um comando duplo usado
no Arado Ar 96 (um treinador básico da Luftwaffe durante
toda a guerra), gerando o Ju87 H. No cockpit do
artilheiro, a MG17Z foi removida bem como os
dispositivos e racks de lançamentos de bombas. A capota
traseira do cockpit também foi modificada para melhorar
a visibilidade do instrutor. As versões da série
Heinrich eram designadas conforme a versão da aeronave
que a gerou. Assim os H1, H3, H5, H7 e H8 eram
respectivamente D1, D2, D3, D5, D7 e D8. Alguns Heinrich
serviram como treinadores até os fins de 1944..
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O Arado 96 era um treinador básico da
Luftwaffe durante toda a guerra, foram fabricados 11.500
aparelhos. Os comandos duplos do Ar 96 foram usados no
Ju87 H.
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Os Ju87 K eram na verdade Ju87 A2. A série K era composta
por apenas 2 aviões. Eles foram exportados para o Japão em
janeiro de 1938 e montados pela Mitsubishi. Foram testados
pelo Exército Imperial Japonês, mas nunca entraram em
operação. Um deles estava exposto em um museu em Tóquio e
foi destruído no fim da guerra pelos bombardeiros
americanos.
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A série Ju87 R (Reichweitenausführung:
Versão de longo alcance) do Ju87 era uma resposta da
Junkers para aumentar o raio de ação do Stuka, que era de
apenas 550km, o que limitava bastante o seu emprego como
arma estratégica. Essa versão previa a instalação de
tanques de combustível sobressalentes sob as asas e
internamente nas asas. Em função do aumento do peso na
decolagem com todos os tanques cheios, a capacidade de
bombas limitou-se a somente uma bomba de 250 kg. Para
avaliar a proposta para o Ju87 R foram utilizados vários
protótipos. O Ju87 V6 voou pela primeira vez em 14 de
junho de 1937 e eram Ju87 A0s e Ju87 B0s adaptados, assim
como o Ju87 V7 que voou dois meses mais tarde com o moto
Jumo 211A de 986 hp. Houve ainda as versões Ju87 V8, Ju87
V9, Ju87 V15 (destruído em um acidente em 1942), Ju87 V16,
Ju87 V17 e Ju87 V18. Até sua linha de produção ser
encerrada em outubro de 1941, foram construídos 972 Ju87
R.
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Especificações
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Tripulação |
2 |
Comprimento |
11,1m |
Altura |
4m |
Envergadura |
13,6m |
Area alar |
31,9m² |
Peso vazio |
2.750kg |
Peso carregado |
4.350kg |
Motor |
Jumo 211 Series 12 Cilindros |
Velocidade máxima |
340km/h |
Alcance |
1.800km |
Teto de serviço |
7.000m |
O Ju87 R1 era o Ju87 B1 com suporte para dois tanques
alijáveis de 300 litros, um sob cada asa e mais dois
tanques flexíveis dentro dos painéis das asas com
capacidade de 150 litros cada um. Com o motor Jumo
211A o alcance chegou a 1.225 km. Serviram na Noruega
operados pelo I./StG1 e mais tarde no canal da mancha
e no estuário do Tâmisa pelo StG2. Foram produzidas
105 Ju87 R1, todas pela Weserflug em Bremen.
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O Ju87 R1 matricula S1+HK pertencia ao StG7,
visto aqui sobre Trapani, na Sicilia em 1941. O R1 se
distinguia visualmente do R2 somente pela ausência da
carenagem da sirene na perna esquerda do trem de pouso.
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O Ju87 R2 era conversão do Ju87 B2 com o motor Jumo
211D e Jumo 211H, ambos com 1.184 hp. Foi a variante
mais fabricada da série Ju87 R com 472 unidades. A
fuselagem foi reforçada para permitir mergulhos acima de
600 km/h, uma limitação do Ju87 R1. Em função do aumento
de peso do combustível extra e do novo motor, o Ju87 R2
era 30 km mais lentos que o Ju87 B1, bem como tinham um
teto de serviço mais baixo. Foram produzidas 472 Ju87
R2, todas pela Weserflug em Bremen.
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O Ju87 R2 matricula 6G+KT pertencia ao
6./St.G 1 e operava no Mediterrâneo em 1941. Estampar
animais selvagens africanos na fuselagem dos Stukas era
uma “moda” entre alguns esquadrões que operavam no norte
da África. Este tem um rinoceronte estampado.
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O Ju87 R3 era a versão Ju87 R2 com um ganho
para reboque de planadores. Foi instalado também um
equipamento de rádio específico para comunicação com os
planadores através de um fio que ligava as duas aeronaves
pelo cabo de reboque.
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O Ju87 R4 era a versão Ju87 R2
impulsionados pelo motor Junkers Jumo 211J de 1.401 hp.
Foram produzidas 144 Ju87 R4, todas pela Weserflug em
Bremen.
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Com o cancelamento do projeto do Ju87 F a
Junkers tratou de apresentar um projeto para o sucessor do
Ju87. Ao contrário do Ju87 F o novo aparelho, designado Ju
187, tinha uma fuselagem totalmente diferente, mantendo
apenas a configuração de asa em gaivota invertida do Ju87
e o acento em tandem para um piloto e um artilheiro. Os
freios de mergulho ficavam no bordo de fuga das asas
conjugados com os flaps. O trem de pouso era retrátil,
semelhante ao do P40 norte americano, e se recolhia para
trás girando 90 graus. O motor previsto era o Jumo 213A,
um 12 cilindros refrigerado a liquido que desenvolvia 1750
hp na decolagem. Era o mesmo motor que equipava os Fw 190
D e os Ju88 G6. A tripulação era acomodada numa
configuração “costa com costa” (como no Ju87, porém mais
próximos um do outro) num cockpit pressurizado. A mudança
mais impressionante era a configuração da calda. Ela
girava 180 graus para mudar sua posição em relação ao
regime de uso, pouso e voando. O armamento defensivo era
uma torre controlada eletricamente na parte de trás do
cockpit, composta por um canhão de 20 mm MG151/20 e uma
metralhadora pesada de 13 mm MG131. A carga de bombas era
de 700 kg em uma bomba de 500 kg e mais quatro de 50kg,
duas em cada asa.
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A versão final projetada do Ju87 era uma
máquina elegante e muito mais aerodinâmica que a versão D,
última verão operacional do Stuka. Nenhum Ju187 foi
construído e o modelo acima é uma excelente arte de Gino
Marcomini, de um Rotte armado com carga total de bombas,
ostentando camuflagem para o deserto.
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O projeto avançou apenas o suficiente para
fazer testes em tuneis de vento e construção de maquetes
em tamanho real. Assim como o Ju87 F o Ju187 teria
performances pouco melhores das que teriam o Ju87 D assim
que entrassem em operação e juntamente com o fato das
missões designadas aos Stukas poderem ser desempenhadas
pela série F do Fw 190 com mais eficiência, levaram ao
cancelamento do projeto Ju187 e a Junkers voltou sua
atenção para o projeto do bombardeiro a jato Ju287.
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Acima o único modelo para teste em túnel de
vento. Outro modelo em tamanho também chegou a ser
construido até que o projero foi cancelado.
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